A redução das emissões de gases de efeito estufa já não basta para frear o avanço das mudanças climáticas e manter o aumento da temperatura global no limite estabelecido pelo Acordo de Paris, de no máximo 2°C, idealmente em até 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais.

— Globalmente, todos os modelos preditivos indicam a necessidade não só de cortar emissões, mas de remover CO2 da atmosfera para alcançar a meta do tratado — diz Gustavo Assi, professor titular de transição energética e energia renovável da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e diretor do Centro de Tecnologia e Inovação Offshore da instituição.0 seconds of 15 secondsVolume 0% 

A visão tem o respaldo da Agência Internacional de Energia. Segundo estudo da organização, a captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês) representam 15% do esforço necessário para zerar as emissões líquidas do setor energético até 2070. Os outros 85% vêm de medidas para eletrificação, aumento da eficiência, adoção de biocombustíveis, utilização do hidrogênio e redução do consumo.

— Precisamos pensar em múltiplas soluções para reduzir o aquecimento global e considerar o avanço da captura e armazenamento de carbono como meio de descarbonização, especialmente para setores que não conseguem cortar as emissões facilmente — diz Nathália Weber, diretora da CCS Brasil, organização que promove estudos e atividades relacionadas à captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês).